"Sois rosa, senhora. E posto que o tempo se esvai, se esvai.
E uma rosa não dura muitos sóis.
Deixai que eu colha em vosso corpo a rosa que sois vós."
Alguém saberia dizer de quem são esses versos extremamente canalhas? Se ninguém souber, e puder comprovar a autoria.... são meus.
Por muitos anos recitei esses versos para inúmeras mulheres. Quando eu estava alcoolizado, ou por pura canalhice, afirmava que eram meus. Quando estava sóbrio, confessava: Affonso Romano de Sant'Anna.
Num belo dia saudosista resolvi procurar o poema inteiro na internet. Pesquisei de todas as formas e não encontrei nada. Decidi, então, que a melhor coisa seria escrever ao poeta Affonso Romano, autor dos versos, e pedir que me enviasse a obra completa. Escrevi e contei como eu tinha usado seu poema para dezenas de conquistas, e finalizei pedindo que me encaminhasse o poema inteiro. Mas a vida adora pregar peças, e qual não foi a minha surpresa ao receber a resposta do grande poeta:
"Osias, meu caro, essa ideia, quase esses versos, foram usados por vários poetas renascentistas e barrocos. Deve haver na internet um soneto de Ronsard sobre isto, Gongora e G. de Mattos versam isto. Era um tema comum sob o nome de "carpe diem". Dê uma olhada no Google, hoje indispensável.
PS: Hoje as mulheres é que dizem isto pra gente."
Minha conversa com o poeta Affonso Romano ainda prosseguiria divertidamente acerca do assunto, mas, o essencial era: os versos não eram dele e ele desconhecia a autoria. Agora eu tinha um problema. Não pertenciam ao famoso poeta e não estavam na internet. Seriam os versos fruto da minha insana imaginação? Convenhamos que, à época em que eu fazia uso desses versos, também fazia uso de muitas outras coisas que costumavam tornar minha ideias bem confusas. E não era raro eu acordar com poemas inteiros em minha cabeça. Coisas que tinha sonhado. Mas o importante é que um sem número de mulheres consideraram o apelo dos "meus" versos e da minha canalhice e, em função disso, pudemos aproveitar melhor o tempo. Não obstante essa história toda, prossegue o enigma acerca do autor. São seus? Então prove!
Sois rosa, senhora.......
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